Diante do momento do cenário atual da pandemia da Covid-19 e as restrições às campanhas eleitorais em 2020, as eleições deste ano são um tanto desafiadoras. Mas é possível vencer esse obstáculo e chegar lá, principalmente com o uso das mídias sociais.
A população brasileira é uma das maiores consumidoras das redes sociais do mundo. Então sendo realistas, nos dias de hoje é impossível pensar em marketing eleitoral sem falar em mídias sociais. Estes canais oferecem vantagens por serem fáceis, rápidos de se criar e de custos menores. As principais redes mais conhecidas do público são o Instagram, Facebook e YouTube.
Afinal, por onde começar o marketing eleitoral?
Mas antes de falarmos em redes sociais é importante o candidato definir pontos cruciais e básicos para a sua campanha, tais como:
- Antes de mais nada compreenda o que o cargo pretendido executa. O que um vereador ou prefeito faz? O que já foi feito na cidade por outros prefeitos ou vereadores?
- Qual o tipo de candidato você é? Você representa uma classe ou movimento social?
O candidato que não tem um público-alvo bem definido dificilmente terá sucesso, já que as estratégias não serão direcionadas a ninguém em específico. Nesse sentido, é essencial se posicionar sobre que tipo de candidato político você é e quem representa.
“Se você vai tentar a reeleição, o recomendado é continuar com o discurso e alimentar a sua relação com os eleitores. Já se você for um candidato de primeira viagem, será preciso identificar, em seu convívio social, quem é o seu público-alvo.”
Exemplo: um líder religioso ou um candidato ideológico que tem liderança firmada num partido político ou um líder empresário que representa uma entidade ou até mesmo um cidadão do povo que representa uma localidade ou ideologia, sem vínculo com entidades ou movimentos social. Um jovem de 18 anos pode representar os estudantes, por exemplo. Já um banqueiro consegue construir o seu discurso para os empresários e assim por diante.
- Construa seu discurso em sintonia com o tipo de candidato que deseja ser e sua trajetória política e social.
Definido quem é o seu público-alvo, é importante que todas as suas estratégias sejam voltadas a ele. Para isso, é essencial identificar quais são os principais anseios, dificuldades e queixas daquelas pessoas. A partir daí, um discurso deve ser criado. Exemplo: uma história de liderança em entidades de classe que iniciaram desde um jovem político militante no colégio, passando pelos diretórios acadêmicos de uma universidade. Construa um discurso que poderá ser padrão e repetido em reuniões e encontros, com adaptações ao público desses. E sempre alinhando essa história e trajetória com os objetivos do seu mandato e os propósitos que o levaram a candidatura.
Nesse momento outros aspectos também devem ser definidos de acordo com o perfil do eleitor, como: vestimenta do candidato (mais séria? informal?); cores usadas nos materiais de divulgação (seguindo somente o partido ou algo adicional?); principais temas abordados e quais serão, em específico, as suas pautas de campanha (saúde, educação, direitos humanos, turismo, segurança etc.); linguajar utilizado em eventos, entre outros.
- O primeiro lugar a se fazer campanha é dentro do seu círculo de confiança. Converse com seus familiares e amigos próximos. Fale sobre os motivos de sua candidatura, ouça-os. A partir de então comece a montar o seu time de cabos eleitorais. Nesse momento, tente mesclar profissionais de diferentes habilidades e competências. Se você está tentando a reeleição, é importante que os seus assessores já estejam trabalhando em prol das eleições. Não esqueça também da assessoria jurídica, bastante importante e que pode evitar diversas complicações durante a campanha.
- Analise os candidatos locais e estude-os. Tente encontrar nos outros candidatos que tipo de candidato são e seus discursos. Avalie se a sua propositura é tão ou mais completa que os mesmos. Ao avaliar outros pontos, novas ideias podem surgir ou até as mesmas ideias poderão ser melhoradas.
- Trace um cronograma. Para que suas estratégias deem certo, é preciso planejar-se. Portanto, é muito importante que você faça um cronograma estabelecendo metas e estipulando prazos. Convenções, metas de visitas, lives nas redes sociais, encontros, pequenas reuniões e etc. Faça tudo com base no seu público-alvo, considerando localidades, faixas etárias, horários das lives, e tantas outras variáveis. Além de definir o cronograma, é fundamental realizar reuniões semanais com a sua equipe a fim de fiscalizar como está o andamento do trabalho.
- Prepare-se para o fisiologismo, para os pedidos inusitados, desde o pagamento de uma conta de luz, até os pedidos de emprego e até de alimentos. A sugestão é, crie um discurso firme, gentil e solícito para negar os pedidos.
“Conquiste o voto com valores. O eleitor brasileiro está passando um momento de profunda transformação. A corrupção e o fisiologismo estão em discussão nas redes sociais e em todos os meios de comunicação. Há votos não fisiológicos e eles podem te eleger, vá atrás deles.”
- Por fim, acredite na sua vitória e convença as pessoas a acreditarem também. Ganhe a confiança de seus eleitores e transforme-os em propagadores de sua candidatura. Construa uma rede de apoiadores. Exemplo: você pretende a construção de um parque no bairro X. Assim, a população do bairro X deverá ter uma atenção especial, afinal, quem mora do outro lado da cidade não está muito interessado no assunto, concorda? Além disso busque fortalecer ainda mais a sua rede de apoiadores com as redes sociais, que terão uma atenção em especial a seguir.
O poder do Marketing Eleitoral nas Redes Sociais
A população brasileira é uma das maiores consumidoras das redes sociais do mundo. Cerca de 88% da população brasileira acessa o YouTube, Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat, Pinterest e Linkedin (Comscore, 2019). Além disso, o Brasil é 2º em ranking de países que passam mais tempo em redes sociais (GlobalWebIndex, 2019) . Esses canais são excelentes ferramentas para o candidato. Entretanto, para alcançar resultados satisfatórios, o importante é ter estratégia. Vamos conversar um pouco sobre como candidatos podem usar as redes sociais para conquistar eleitores.
Produza um conteúdo relevante
Pense como o seu seguidor(a). O que ele iria se interessar em ver nas redes sociais? Ofereça a eles também a possibilidade de interagir. Faça perguntas, lives, enquetes, caixas de perguntas nos stories, etc. Antes de postar algo é preciso traçar um planejamento semanal ou mensal. Esse planejamento deve conter a data, o conteúdo a ser veiculado, alguns detalhes visuais importantes que comporão as peças, canais em que ele será veiculado e se será impulsionado ou não. Atente-se para a escrita com legendas curtas e boa ortografia. Coloque sempre ao final da legenda de 6 a 10 hashtags que tenham a ver com o conteúdo e marque uma localização no mesmo ao postar (cidade, bairro, ponto turístico, etc.). Evite também escrever toda a legenda em CAPS LOCK e utilize emojis em suas legendas. Legendas com emojis costumam prender um pouco mais a atenção do leitor e auxilia na compreensão da informação.
Analise o perfil dos seus seguidores
Através de ferramentas fornecidas pelas próprias redes sociais é possível analisar o seu público. Gênero, faixa etária, localização, horários e dias que mais acessam, conteúdos com maior interação e tantos outros dados. A partir de então vai ser mais fácil falar, pra que tipo de público você sabe que está lhe acompanhando on-line.
“De nada adianta fazer publicações que não despertam o interesse de seu eleitorado ou tentar agradar todo mundo.”
Gere interação
O maior objetivo das redes sociais é engajar seu público. Por exemplo, no Instagram stories é possível fazer perguntas e pequenas pesquisas através das enquetes. As lives também se tornaram uma ferramenta bastante útil no engajamento, principalmente se você anunciar antecipadamente o tema, horário e convidados. Se abra para receber opiniões, conversar, etc. Ouça o que as pessoas têm a dizer e a percepção delas podem colaborar muito para que você tenha visões mais amplas sobre a sociedade. Dessa forma, além de gerar interação você conhece melhor sua audiência e consequentemente o relacionamento do eleitor com sua imagem.
Utilize os stories
O story é um ótimo recurso para mostrar os bastidores e o dia-a-dia do candidato. Vídeos curtos e fotos do seu dia-a-dia geram uma maior aproximação com o público. Já o feed serve pra deixar registrado toda a sua trajetória de campanha, com informativos, agenda, plano de governo, visitas importantes, e demais conteúdos com estratégias de longo prazo. Utilize os stories diariamente e o feed, no mínimo, 4 a 5 postagens por semana.
Não deixe nenhum seguidor sem resposta
Você gostaria de ser ignorado enquanto expõe as suas ideias? Seu seguidor (possível eleitor) também não. Sempre responda a alguma ação em seu perfil, comentários, mensagens diretas, elogios e reclamações. Se puder, também siga de volta os seus seguidores como forma de reciprocidade. Comentar também de forma positiva e construtiva alguma postagem de um seguidor seu, principalmente se a foto tiver a ver com o seu discurso, também é uma boa estratégia.
Invista em anúncios pagos
Mesmo trabalhando de forma orgânica e com as ferramentas grátis das redes sociais, determinados conteúdos devem ser impulsionados estrategicamente para que o alcance de seu conteúdo chegue a mais pessoas. Lembre-se de sempre focar em uma audiência relevante para seu perfil. Exemplo: impulsionar um conteúdo para quem ainda não lhe segue. Ou um público exatamente de um bairro X. A estratégia vai conforme o objetivo almejado. E não esqueça de manter o CNPJ na peça em todos os anúncios pagos, bem como impulsionar somente com um método de pagamento em que o titular do mesmo seja o candidato (cartão de crédito, transferência bancária, etc.).
Construa uma boa imagem visual
Uma boa imagem gera impacto positivo no seguidor. Alinhe suas mídias sociais com o marketing off-line e siga um padrão para ambos materiais. Material impresso totalmente diferente do material na mídia social só irá confundir a cabeça do eleitor.
Mensure diariamente
Monitore como cada postagem é recebida pelo seu público-alvo, o número de reações, compartilhamentos e comentários. Saiba se o número de curtidores/seguidores está crescendo. Todos esses critérios são capazes de dizer se suas ações estão de fato atingindo seus eleitores.
Tenha um plano para gestão de crises
Algumas situações adversas podem surgir durante esse período. Boatos, armações, fake news estão cada vez mais recorrentes. Tenha também um bom mapeamento dos riscos, identificando todos os possíveis cenários e analisando os adversários. Por fim é ideal instruir todos os envolvidos com o relacionamento com o público e a mídia (o candidato, seus assessores e porta-vozes, etc.). Para que todos saibam se portar corretamente, sendo preparados para saber dar boas respostas e se posicionar com um discurso de resposta padronizado.
Se a questão surgiu em seu perfil não exclua comentários, esteja sempre pronto para responder e fazer daquele canal um espaço aberto para as mais diversas opiniões. Deixar de fazer isso mostra que você não tem jogo de cintura, e faz com que os eleitores fiquem com um pé atrás.
“Para combater uma crise, principalmente uma causada pela veiculação de fake news, é preciso explicitar a verdade, seja por meio de algum posicionamento, documentação, dados, notícias verificadas, etc., tudo que estiver disponível para provar seu ponto.”
Outra dica é: não reacender a polêmica. Uma vez que a crise chega ao fim, não fique voltando no assunto, mesma que seja para reforçar que tudo não passou de boatos e mentiras. Isso pode alimentar a discussão e causar mais problemas.
Evite o marketing negativo
Tenha cuidado em não propagar informações falando mal de outros candidatos ou gestões anteriores. Trabalhe com foco na ética e transparência política, sempre alinhado com o seu discurso e narrativa de campanha. E, em determinadas situações em que haja algum apontamento, peça ou ofereça sempre o direito de resposta.
Esteja atento às regras
Devido a pandemia e crescimento do alcance da internet, as eleições 2020 tiveram algumas especificidades nas regras do que pode e não pode fazer na internet.
“Esse é um breve resumo de um universo de possibilidade possíveis no marketing eleitoral. Mantenha-se atualizado com demais conteúdos que podem ser encontrados na internet e a ITweb deseja a você sucesso em sua campanha eleitoral.”